ENTREVISTA – Helio Pessoa

Hélio Pessoa, um dos mais conceituados formadores de cavalos e cavaleiros de salto no País, além de ‘Course Designer’ internacional, está de volta ao País e ao Rio de Janeiro.


Um ótimo presente para o nosso hipismo, do Rio e do País, o privilégio do convívio com Hélio Pessoa.

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P1. Nos conte um pouco da sua experiência na América Central. O que o levou a essa mudança e porque retornou? Foram saudades do Rio?

H. Foi uma excelente experiência, além de ter contribuído com o hipismo da América Central levando as equipes de Guatemala e El Salvador a importantes conquistas. As diversas idas a importantes eventos nos USA e México também contribuíram para aperfeiçoar o sistema de trabalho para cavalos jovens e cavaleiros. Saudades do Rio, da família e dos amigos foram outros motivos que me levaram a regressar depois de 12 anos na América Central.

P2. Você esteve em Miguel Pereira, quando de uma das nossas Etapas de Escolas de Equitação. Qual a sua opinião quanto ao que viu? O que pode ser melhorado?

H. Em Miguel Pereira tive a oportunidade de ver um número surpreendente de alunos de escolas. Jovens com uniformes das respectivas escolas, alguns com montarias adequadas e bem equilibrados e outros com material inadequado assim como monturas fora do tamanho ideal e ritmo irregular. Pretendo propor a FEERJ um novo tipo de prova que poderá trazer aos jovens uma participação mais natural que a de tempo ideal, claro que em caráter experimental.

P3.Bert De Nemethy liderou um movimento na América, no início dos anos 60, que tinha como um dos principais focos – senão o principal - o ensino correto da equitação. Então criou - ou adaptou dos ingleses, como ele fazia questão de dizer - o sistema de avaliação subjetivo. (“Hunter seat equitation”) que resultou em extraordinário mercado de cavalos, ótimas e novas oportunidades para profissionais etc, além de uma padronização no estilo do cavaleiro americano, uma equitação elegante e, sobretudo consciente e segura. Em uma de suas 2 visitas ao Rio, nos disse ter sido a melhor opção para o renascer do Hipismo ianque, em um país com dimensões, continentais. Na sua opinião falta um programa nacional de iniciação, de treinamento para os cavaleiros que também contemple ao mercado de cavalos?

H. Alguns anos atrás foi criado um programa com patrocínio da Sul América Seguros, onde o resultado era subjetivo. Eram considerados, além da boa posição, equilíbrio, ritmo, o aspecto do cavaleiro e cavalo ‘bem vestido’, bem encilhado. Essa mudança foi fundamental para um novo estilo de equitação. Cavalos com pelo brilhante, crina feita, rabo bem escovado, cavaleiros elegantes e tratadores super interessados em ver seus esforços recompensados.

P4.Quais são seus planos, nesse retorno ao País? Você estaria disponível para programas de longo prazo, voltados à formação de cavaleiros e cavalos?

H. Sem dúvida gosto de ver a boa equitação e não poderia deixar de colaborar. Me alegra ver brilhar vários cavaleiros que tive a oportunidade de ajudar quando ainda eram Mirins. Só para citar alguns, hoje temos Marlon, Stephan, Rodrigo Lima, Felipe Amaral, Marcelo Ciavaglia, Stephanie Macieira e outros, para não nos alongarmos muito. Quanto aos cavalos novos, sempre foi uma paixão, ver um potro bem formado e com uma carreira de êxitos é sempre uma grande alegria.

P5. Após aos Jogos2016, o complexo de Deodoro estará pronto e – esperamos - com uma estrutura espetacular, pois Olímpica. Muitos temem que aconteça o havido pós Pan, cujas dificuldades de manutenção degradaram o Parque. Como você acha que esse local poderia servir ao hipismo de modo geral e, em particular, ao do Rio, tão carente de locais espaçosos para a prática de hipismo?

H. Acredito que Deodoro poderá ser um excelente local para eventos de todas as categorias, salto, adestramento, CCE, rédeas, além de trazer um novo tipo de público que, sem dúvida, será oportuno para a região Norte da Cidade. Aproveito para agradecer a Feerj a oportunidade desta entrevista e estarei à disposição para projetos que venham trazer mais adeptos a este esporte tão apaixonante.

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